segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A Moça

A boba olha-se demoradamente no espelho. Amarra as tranças do cabelo com laço de seda, atrapalha-se no meio das bonecas de pano jogadas pelos cantos da sala. Murmura palavras de língua irreconhecível, dá as costas às cenas de sexo no horário nobre da TV. Lava-se toda, cospe no chão. Antes da meia-noite, despe-se do  manto, azul de Nossa Senhora. Sobre bordados e sedas... De olhos fechados e braços abertos, espera o voo da manhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário