quinta-feira, 2 de abril de 2015

Universo particular.


Na janela do ônibus, espero novas paisagens.  Vejo o vai e vem dos aviões e automóveis.  Lá fora, a vida passa morna, as pessoas sonham sonhos miúdos. Numa parada, meninos de rua, olham-me com olhares vagos.

A noite desce, estrelas fogem, cortam nuvens. O sono e a solidão acendem desejos; brotam pensamentos confusos.

O motorista do ônibus tem a face pesada. Os óculos escuros escondem lágrimas. Depois das meia noite, voltará para casa. Ás cinco da manhã estará na garagem. Os passageiros descem silenciosos.

 Vejo outdoors eletrônicos, leio frases pichadas nos muros. Em casa, à espera do sono, faço as malas.  Viajo para países distantes; recebo o abraço da humanidade inteira. Mas sempre retorno ao meu universo particular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário